Um ano após seu halving, o Bitcoin mostra sinais preocupantes
Um ano após seu quarto halving, o bitcoin mostra uma trajetória desconcertante. Embora a criptomoeda tenha subido desde abril de 2024 — chegando perto dos 109.000 dólares em janeiro — seu progresso permanece tímido se comparado aos ciclos anteriores. Um paradoxo? Apesar dos recordes absolutos, a taxa de crescimento anual está limitada a 49%, longe dos números quádruplos do passado. Como explicar essa desaceleração histórica, quando os ETFs e a escassez programada de bitcoins deveriam impulsionar o mercado?
Em resumo
- O bitcoin chegou perto dos 109.000 dólares, mas seu crescimento anual permanece limitado a 49%, longe dos ciclos anteriores.
- As altas taxas de juros e a volatilidade pós-eleição de Trump frearam sua dinâmica.
- Os mineradores, enfrentando custos recordes, vendem em massa, pressionando o preço do bitcoin.
- Apesar dos ETFs spot, o bitcoin agora se movimenta em um equilíbrio frágil entre inovação e realidades econômicas.
Bitcoin após o halving: um balanço misto
Em 2012, o bitcoin saltou 8.000% um ano após seu primeiro halving. Em 2016, +277%, e depois +762% em 2020. Desta vez, o rei das criptos tem dificuldade para passar dos 50%. No entanto, os fundamentos pareciam estar presentes: redução das recompensas de mineração de 6,25 para 3,125 BTC por bloco, aprovação dos ETFs spot… Mas o cenário macroeconômico interferiu. “As taxas de juros nunca estiveram tão altas”, destaca Dessislava Aubert, analista da Kaiko. Um ambiente hostil para ativos de risco, com o bitcoin na linha de frente.
A eleição de Donald Trump em 2024 trouxe um nível sem precedentes de volatilidade. Embora sua posse tenha impulsionado o bitcoin para 109.000 dólares, os receios ligados à sua guerra comercial e às medidas econômicas erráticas depois corroeram os ganhos. Os investidores, acostumados à estabilidade monetária pós-2008, agora navegam em águas turbulentas. O resultado: o bitcoin oscila entre euforia momentânea e cautela constante.
Os mineradores, por sua vez, sofrem uma dupla penalidade. A queda das recompensas vem acompanhada de uma dificuldade de mineração recorde — sinônimo de custos operacionais mais altos. “As fazendas precisam vender mais BTC para sobreviver”, explica Curtis Harris, da Compass Mining. Um círculo vicioso: essas vendas em massa impedem a valorização da moeda, enquanto a concorrência aumenta com margens cada vez menores.
Mineração em perigo: o outro lado da moeda
Diante desse cenário hostil, os protagonistas históricos da mineração se reinventam. Otimização dos custos energéticos, uso de tecnologias mais eficientes… A sobrevivência passa por uma racionalização drástica. “Quem esperava um bitcoin a um milhão de dólares vive na ilusão”, afirma Shanon Squires, diretor de mineração da Compass Mining. A bolha das expectativas especulativas estourou, dando lugar ao realismo brutal.
A chegada dos ETFs spot em janeiro de 2024 deveria atrair capitais institucionais, compensando a desaceleração do varejo. Mas o efeito foi misto. Embora esses produtos tenham movimentado bilhões, seu impacto no preço é limitado pelas vendas forçadas dos mineradores e as saídas de fundos durante crises geopolíticas. Os ETFs não são mais uma bóia de salvação, mas um elemento entre outros em um ecossistema fragmentado.
O bitcoin está amadurecendo, assim como seus ciclos. O halving não é mais um simples algoritmo que dispara bolhas, mas um evento imerso em um oceano de variáveis externas. Taxas de juros, políticas monetárias, tensões geopolíticas… A criptomoeda evolui em um mundo onde cada ganho deve ser conquistado. Resta saber se essa nova maturidade antecipa uma estabilização… ou uma lenta erosão.
O bitcoin vive uma metamorfose dolorosa. Seu halving de 2024 revelou sua vulnerabilidade a choques externos, mas também sua resiliência. Entre mineradores buscando rentabilidade e investidores em alerta constante, o BTC agora representa um equilíbrio frágil entre inovação financeira e realidade econômica. Uma lição para os cripto-puristas: mesmo descentralizado, o bitcoin não vive fora do mundo.
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Fasciné par le bitcoin depuis 2017, Evariste n'a cessé de se documenter sur le sujet. Si son premier intérêt s'est porté sur le trading, il essaie désormais activement d’appréhender toutes les avancées centrées sur les cryptomonnaies. En tant que rédacteur, il aspire à fournir en permanence un travail de haute qualité qui reflète l'état du secteur dans son ensemble.
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