Trump desencadeou o caos econômico global
Os Estados Unidos acabaram de proibir a Nvidia de exportar seus chips H20 para a China, provocando um impacto tremendo nos mercados. Essa decisão resulta em uma perda colossal de 5,5 bilhões de dólares para o gigante tecnológico americano. Com Trump, estamos testemunhando a transição de uma guerra comercial para uma guerra econômica total entre os Estados Unidos e a China.
Em resumo
- Os Estados Unidos proíbem a exportação dos chips Nvidia H20 para a China, causando uma perda de 5,5 bilhões de dólares para a empresa.
- Essa decisão marca uma nova escalada em uma guerra tecnológica centrada na dominação da inteligência artificial.
- Essa crise pode ser mais profunda que a de 2008, questionando a supremacia do dólar.
- Um desacoplamento econômico global se desenha com a criação de dois blocos tecnológicos distintos: EUA vs China.
Nvidia desaba após as decisões de Trump
Na terça-feira, 15 de abril, a Nvidia anunciou uma despesa excepcional de 5,5 bilhões de dólares relacionada à proibição de exportar seus chips H20 para a China. Essa decisão do governo americano representa muito mais que uma simples perda financeira para a empresa. Ela simboliza um endurecimento radical da posição americana em relação a Pequim.
Após esse anúncio, as ações da Nvidia caíram 6%, arrastando consigo todo o Nasdaq, que perdeu 2% antes mesmo da abertura dos mercados. Essa reação ilustra a importância estratégica desta empresa, considerada o carro-chefe tecnológico de 2024 com desempenhos excepcionais até agora.
Essa restrição não é trivial. Antes, a Nvidia podia exportar para a China chips menos potentes, enquanto os mais avançados eram reservados para o mercado americano e seus aliados. Agora, o governo americano impõe sem demora uma licença obrigatória para qualquer exportação de chip para a China, incluindo aqueles especificamente projetados para contornar as restrições anteriores.
Trump declara guerra tecnológica
O que começou com tarifas sob a administração Trump evolui agora para um confronto tecnológico estratégico. Os Estados Unidos não se limitam mais a taxar produtos chineses, mas buscam bloquear o acesso da China à batalha pela dominação na IA, considerada a próxima revolução industrial.
A emergência da DeepSeek este ano marcou os imaginários. Esta startup chinesa, com poucos recursos, realizou avanços consideráveis em inteligência artificial, abalando a confiança americana. Este evento, seguido pelo primeiro colapso da Nvidia, pode ser considerado o gatilho inicial desta crise no mercado financeiro.
A administração americana, aconselhada por Elon Musk, justifica sua estratégia pela necessidade de preservar sua superioridade tecnológica diante de um concorrente visto como ameaça. Por meio dessa proibição, Washington tenta manter uma vantagem decisiva no campo da IA, privando seu rival dos componentes essenciais ao seu desenvolvimento tecnológico.
Rumo a um mundo multipolar
Estamos assistindo ao surgimento de um desacoplamento profundo entre duas superpotências que vai muito além do caso Nvidia. Este fenômeno já é visível com a Huawei, cujos produtos são proibidos nos EUA por razões de segurança nacional.
Esse desacoplamento implica uma duplicação das cadeias de produção, normas e infraestruturas. A longo prazo, os países poderão ser forçados a escolher seu lado segundo o princípio “ou você está conosco, ou contra nós”. Uma filosofia que lembra a retórica da era Bush pós-11 de setembro.
As consequências para a economia global são consideráveis. Os consumidores provavelmente pagarão mais por seus produtos devido a essa duplicação dos sistemas de produção. A inovação pode desacelerar e as margens das empresas diminuir. Alguns analistas não hesitam em falar do fim da globalização como a conhecemos, em favor de um mundo organizado em dois blocos geopolíticos fechados.
Trump abalou os mercados
Essa nova realidade geopolítica provoca uma reconsideração profunda das avaliações no mercado financeiro. Tradicionalmente, empresas de tecnologia como a Nvidia são avaliadas com base em seus lucros futuros antecipados. O fechamento do mercado chinês agora impõe uma revisão para baixo dos lucros esperados para muitas sociedades.
O impacto se estende muito além do setor tecnológico. A LVMH também sofre uma forte queda, sinal de que os mercados antecipam uma desaceleração econômica global ligada a essa fragmentação. Apesar das mínimas recentes, a tendência de baixa pode persistir enquanto o mercado não assimilar completamente essa nova realidade.
Ao contrário da crise de 2008, centrada no setor financeiro, estamos diante de uma crise sistêmica que questiona os próprios fundamentos da economia mundial. O choque sem precedentes para os mercados pode durar muito mais que um simples crash técnico, com recuperações temporárias em uma tendência globalmente negativa.
Rumo ao fim do dólar?
Para além dos mercados de ações, este confronto sino-americano pode ter repercussões na supremacia do dólar como moeda de referência mundial. Tradicionalmente, em períodos de incerteza, investidores recorriam aos títulos americanos, vistos como o ativo refúgio por excelência.
Pela primeira vez, essa dinâmica parece estar sendo posta em dúvida. A dívida pública americana não atrai mais tanto os investidores, que se preocupam com sua sustentabilidade a longo prazo. Paralelamente, a China desenvolve ativamente seu yuan digital com o objetivo de competir com a dominação do dólar.
Se as taxas de juros americanas aumentarem fortemente devido à perda de confiança na dívida dos EUA, o custo dessa dívida explodiria, potencialmente provocando uma crise muito mais grave do que a que conhecemos atualmente. A questão, portanto, vai muito além de um simples conflito comercial.
Neste contexto de turbulência econômica mundial desencadeada por Trump, o caso Nvidia aparece como um sinal de alerta anunciando transformações mais profundas. A prudência permanece necessária para os investidores, mesmo que possam surgir oportunidades nesse novo cenário geopolítico fragmentado. Pois além dos mercados, é o lugar do dólar que está sendo contestado.
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