Tensões alfandegárias: Os mercados globais ainda resistem... mas até quando?
Os mercados de ações globais encontraram certa estabilidade na terça-feira, após três dias de turbulências históricas, apesar da intensificação das tensões comerciais desencadeadas pelas novas medidas protecionistas de Donald Trump.
Os mercados asiáticos se recuperam graças às medidas de apoio chinesas
Pequim lançou na terça-feira um arsenal de medidas de emergência para estabilizar seus mercados financeiros em dificuldades. Essas iniciativas deram frutos imediatamente. O índice Hang Seng de Hong Kong subiu 1,51%, atingindo 20.127,68 pontos, contrastando radicalmente com sua queda vertiginosa de 13,2% no dia anterior, um sinal do impacto das medidas nos mercados e potencialmente sobre o bitcoin.
Essa recuperação se baseia em dois pilares: primeiro, o compromisso formal de várias empresas estatais chinesas de investir maciçamente nas ações nacionais, e depois o anúncio de várias empresas listadas sobre programas de recompra de ações para apoiar seus preços.
Na China continental, o índice composto de Xangai registrou um aumento de 1,58%, fechando a 3.145,55 pontos. O Banco Central da China simultaneamente reduziu a taxa de câmbio do yuan para 7,2038 por dólar americano, seu nível mais baixo desde setembro de 2023.
Essa desvalorização estratégica visa tornar as exportações chinesas mais competitivas frente às novas tarifas impostas por Washington.
O Japão experimentou uma recuperação ainda mais espetacular com um aumento de 6,03% no índice Nikkei, que fechou em 33.012,58 pontos. Essa performance excepcional resulta diretamente do anúncio feito por Scott Bessent, secretário americano do Tesouro, colocando o Japão no topo da lista das negociações comerciais com a administração Trump.
Os investidores recuperaram a confiança após saber que o presidente americano havia delegado dois membros de seu gabinete para iniciar rapidamente discussões bilaterais com o governo do Primeiro-Ministro Shigeru Ishiba.
A Europa respira apesar das tensões persistentes com Washington
Os mercados europeus também recuperaram cores na terça-feira, com o Stoxx Europe 600 ganhando cerca de 1% logo nas primeiras negociações. Quase todos os grandes mercados da região voltaram a ficar positivos, embora o índice de referência paneuropeu ainda esteja cerca de 15% abaixo do seu pico alcançado no início de março.
Essa melhoria ocorre em um contexto, no entanto, tenso entre Bruxelas e Washington. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, propôs um acordo tarifário “zero para zero” com os Estados Unidos, uma oferta rapidamente rejeitada por Donald Trump.
O presidente americano exige “pagamentos anuais significativos” antes mesmo de considerar qualquer redução das tarifas, uma demanda que a UE qualificou de “extorsão”.
Apesar dessas tensões diplomáticas, os investidores europeus parecem ter digerido o choque inicial causado pelo anúncio no último sábado de uma tarifa de 10% sobre todas as importações americanas, uma taxa que deve aumentar para 20% para a União Europeia a partir de quarta-feira.
Uma guerra comercial que se intensifica
A situação, no entanto, está se agravando na frente sino-americana. Após a China ter anunciado tarifas de 34% sobre produtos americanos em resposta às medidas de Trump, este último retaliou com a ameaça de impor tarifas “adicionais” de 50% sobre produtos chineses se Pequim não recuar.
No seu perfil Truth Social, o presidente americano qualificou a China de “o maior aproveitador” e especificou que não aceitaria mais pedidos de reuniões por parte de Pequim.
Por sua vez, o governo chinês chamou a ameaça americana de “erro sobre erro” e a equiparou a “chantagem”. Essa escalada verbal e tarifária deixa antever negociações particularmente difíceis nas semanas seguintes.
Apesar desse retorno à calma nos mercados financeiros, as tensões comerciais continuam a se intensificar entre as grandes potências econômicas globais. Os 3,25 trilhões de dólares evaporados em 24 horas no auge da crise lembram a fragilidade de um sistema financeiro global agora suspenso às decisões geopolíticas de Donald Trump.
Maximize sua experiência na Cointribune com nosso programa "Read to Earn"! Para cada artigo que você lê, ganhe pontos e acesse recompensas exclusivas. Inscreva-se agora e comece a acumular vantagens.
Passionné par le Bitcoin, j'aime explorer les méandres de la blockchain et des cryptos et je partage mes découvertes avec la communauté. Mon rêve est de vivre dans un monde où la vie privée et la liberté financière sont garanties pour tous, et je crois fermement que Bitcoin est l'outil qui peut rendre cela possible.
As opiniões e declarações expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva do autor e não devem ser consideradas como recomendações de investimento. Faça sua própria pesquisa antes de tomar qualquer decisão de investimento.