Segundo a Deloitte, o mercado imobiliário tokenizado superará 4 trilhões de dólares até 2035.

A economia mundial está em plena transformação com o advento da blockchain, e o mercado imobiliário não escapa a essa revolução. A Deloitte prevê que o mercado imobiliário tokenizado atingirá 4 trilhões de dólares em ativos até 2035. Esse número impressionante destaca uma mudança profunda no investimento imobiliário, que se torna mais acessível e mais líquido. A tokenização redefine as regras do mercado imobiliário, abrindo novas possibilidades para uma economia global mais descentralizada.

O mercado imobiliário tokenizado: uma revolução acessível a todos

O mercado imobiliário tokenizado representa muito mais do que uma simples inovação tecnológica. Ao fracionar imóveis físicos em tokens digitais, a blockchain torna o mercado imobiliário mais acessível, ao mesmo tempo em que revoluciona a forma como a economia imobiliária funciona.

A Deloitte prevê um crescimento anual de 27% nesse setor até 2035. Essa dinâmica permitirá eliminar intermediários e acelerar as transações, garantindo uma rastreabilidade segura. A maior liquidez dos imóveis transformará um mercado historicamente lento e ilíquido.

A pandemia acelerou essa tendência: escritórios vazios se transformam em centros de dados ou em habitações ecológicas. “Os investidores agora buscam um acesso direcionado a esses novos ativos”, comenta Chris Yin da Plume Network. Graças à tokenização, o mercado imobiliário torna-se mais flexível e alinhado com os desafios climáticos e tecnológicos, oferecendo oportunidades ajustáveis em tempo real.

Os Real World Assets (RWA), como o ouro digital e stablecoins, mostraram que podem ser valores de refúgio durante períodos de instabilidade.

O mercado imobiliário tokenizado está inserido nessa dinâmica, tornando-se um bem tangível em um ecossistema cripto volátil, o que explica em parte as previsões de 4 trilhões de dólares.

Os desafios regulatórios e econômicos a superar

O caminho para a adoção em larga escala do mercado imobiliário tokenizado não está isento de obstáculos. “A demanda geralmente precede a clareza regulatória”, observa Chris Yin.

As regulamentações globais precisam se adaptar para tornar os tokens compatíveis com as normas dos Estados Unidos, Europa e Ásia. A fragmentação jurídica permanece um grande desafio, mas é essencial para permitir que a economia da tokenização se desenvolva em escala global.

Alguns especialistas, como Michael Sonnenshein da Securitize, mantêm-se cautelosos. “O mercado imobiliário tokenizado não deveria ser a prioridade da blockchain”, alerta ele.

Um imóvel, mesmo tokenizado, continua pouco líquido. A blockchain melhora a gestão das transações, mas não transforma instantaneamente o mercado imobiliário em um produto tão líquido quanto uma ação na bolsa.

Para que a tokenização imobiliária se concretize plenamente, uma mudança cultural é necessária. Os reguladores deverão encontrar um equilíbrio entre inovação e proteção dos consumidores. Trata-se de um desafio colossal para que as projeções econômicas de 4 trilhões de dólares se tornem realidade.

A economia do amanhã talvez seja moldada por ativos tokenizados. A Deloitte estima que em 2035 o mercado imobiliário tokenizado poderá representar 10% do mercado mundial. Esse número reflete a ambição dessa revolução, mas também as dúvidas quanto à sua implementação. A blockchain permite fracionar imóveis em oportunidades acessíveis a um maior número de investidores, mas a regulação e adaptação dos atores tradicionais serão essenciais para alcançar essa meta de 4 trilhões de dólares. Enquanto isso, o BIS alerta sobre os riscos de massa crítica.