O segundo trimestre de 2025 pode marcar o retorno dos altcoins ao centro das atenções

Há meses, a “altseason” é aguardada como uma chuva de verão no deserto: esperada, anunciada, mas frequentemente adiada. No entanto, uma luz de esperança surge no último relatório do Sygnum Bank, que sugere que os altcoins podem finalmente experimentar um renascimento no segundo trimestre de 2025. À sombra de um bitcoin dominante, os altcoins podem se beneficiar de um clima regulatório mais favorável e de uma maior tração dos usuários.

Regulações cuidadosas para reviver o setor

A América cripto de Donald Trump talvez tenha mais que um tweet na manga. Com a criação de uma reserva de ativos digitais e a retomada do projeto regulatório sobre stablecoins, Washington acelera.

No seu “Investment Outlook“, a Sygnum observa:

O panorama regulatório para os casos de uso cripto melhorou radicalmente.

Ela acrescentou que esses avanços “lançam as bases para uma forte alta dos altcoins”.

Em outras palavras, enquanto o dólar oscila, os reguladores afinam suas canetas para não perder o trem da inovação. Projetos descentralizados poderiam assim transferir valor para os detentores de tokens sem acabar em um labirinto jurídico.

E no ringue, os Estados Unidos não estão sozinhos. Outras jurisdições também estão elaborando regras favoráveis. O que oferece uma rampa de lançamento inesperada para projetos ainda buscando tração.

Bitcoin no topo: mas por quanto tempo ainda?

Em abril, a dominância do bitcoin no mercado cripto atingiu um nível inédito em quatro anos. Para investidores cautelosos, é a arca de Noé dos ativos digitais. Mas veja: toda temporada tem um fim.

A Sygnum prevê que “os protocolos capazes de conquistar usuários superarão o bitcoin, e sua dominância recuará“. Isso é chamado de redistribuição das cartas.

Alguns nomes aparecem com insistência: Toncoin, com seu vínculo íntimo com Telegram, Sui, Sonic, Aptos, Berachain… Todos desenvolvem estratégias singulares. Na Sonic, recompensam os desenvolvedores que fidelizam os usuários. Já o Berachain incentiva seus validadores a injetar liquidez na DeFi. Uma abordagem diferente, mais orgânica, mais enraizada.

E enquanto as blockchains privadas capturam valor sem redistribuí-lo, outras tecem lentamente sua teia. A missa está dita: o rei bitcoin pode ver seus súditos exigirem mais atenção.

Altcoins: fogos de artifício ou fogo de palha?

Nem tudo são flores no mundo dos altcoins. Embora as condições estejam melhorando, a adoção ainda é irregular. Segundo a Sygnum, iniciativas como Base, porém líder em volumes, têm dificuldades para oferecer um modelo justo aos seus detentores de tokens.

E o que dizer do entusiasmo irracional em torno dos memecoins? O CoinGecko revelou recentemente que, no primeiro trimestre, os memecoins representaram 27,1% do interesse dos investidores – logo atrás dos tokens de IA. Uma fascinação que faz rir… até o momento em que faz chorar.

Mas alguns atores estão mudando o jogo. O relatório cita UXLINK, que ultrapassou 30 milhões de usuários registrados. Prova de que inovação pode estar alinhada à adoção – desde que se baseie num modelo robusto.

Outra visão vem do Bitwise: 12 empresas listadas compraram bitcoin pela primeira vez no primeiro trimestre de 2025, elevando os ativos públicos para 57 bilhões de dólares. Uma corrida institucional que destaca o interesse crescente, mas também volta o foco para o bitcoin.

Se acreditarmos nos sinais do mercado, os tokens de IA e os memecoins serão os queridinhos de 2025. Mas os altcoins não pretendem ficar de fora. Resta saber se esse despertar regulatório e essa sede por inovação serão suficientes para abalar a ordem estabelecida. A descentralização finalmente encontrará seu momento de glória?