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FMI reduz projeção de crescimento dos EUA para 2025

Wed 23 Apr 2025 ▪ 5 min de leitura ▪ por Evans S.
Informar-se Geopolítica

Em abril de 2025, o Fundo Monetário Internacional (FMI) obscureceu as perspectivas econômicas dos Estados Unidos com uma revisão brusca: um crescimento projetado de 1,8%, contra 2,7% inicialmente previsto. Essa reviravolta, a mais marcante desde a crise de 2008, não é um simples ajuste técnico. Reflete uma conjunção de riscos – guerras comerciais, inflação persistente, queda no consumo – que ameaça redesenhar o equilíbrio econômico mundial. Por trás desses números, uma constatação implacável: as decisões políticas recentes precipitaram uma onda de choque cujos reflexos podem durar.

Um trader americano em dificuldades senta-se no chão de uma sala de negociação, cercado por papéis espalhados e um jornal amassado onde se lê “2025”.

Em resumo

  • Em abril de 2025, o FMI revisa fortemente para baixo o crescimento americano: 1,8% contra 2,7% inicialmente, uma queda inédita desde 2008.
  • A guerra comercial reativada por Washington desencadeia um efeito dominó mundial.
  • O espectro de uma recessão se torna mais claro nos Estados Unidos, com uma probabilidade de 40% segundo o FMI.

Guerra aduaneira: o efeito dominó que abala as previsões

Em 2 de abril de 2025, o anúncio de tarifas aduaneiras recíprocas pela administração Trump atuou como um detonador. Em menos de dez dias, o FMI precisou reescrever suas projeções — um processo normalmente distribuído ao longo de dois meses.

“Um choque negativo maior”, conforme as palavras de Pierre-Olivier Gourinchas, economista-chefe da instituição. Os mercados reagiram imediatamente: o S&P 500 caiu 9%, enquanto os parceiros comerciais dos Estados Unidos, da Europa à Ásia, responderam com medidas simétricas.

Essa escalada protecionista cria um círculo vicioso. As tarifas aduaneiras aumentam os custos de importação, penalizam as empresas que dependem das cadeias globais de suprimentos e freiam o investimento.

O FMI destaca um paradoxo: essas medidas, que deveriam proteger a indústria nacional, podem a longo prazo reduzir a produtividade do setor manufatureiro americano. “Uma depreciação real do dólar não está descartada”, alerta Gourinchas, mencionando um enfraquecimento estrutural.

No entanto, o impacto não se limita aos Estados Unidos. O crescimento global sofreu uma revisão para baixo, atingindo 2,8% (-0,5 ponto), revelando uma contaminação preocupante.

Os países emergentes, já fragilizados por um dólar historicamente forte, sofrem uma dupla pressão: desaceleração da demanda americana e encarecimento dos empréstimos em moedas estrangeiras. O FMI alerta: essa guerra comercial “improvisada” corre o risco de cristalizar um novo regime de baixo crescimento.

Inflação: a complexa equação dos bancos centrais

Nesse contexto volátil, a inflação torna-se um quebra-cabeça. O FMI eleva suas previsões para as economias avançadas para 2,5% em 2025 (+0,4 ponto), com pico de 3% nos Estados Unidos. A causa: a força dos preços dos serviços, a alta dos bens básicos e o efeito direto das tarifas aduaneiras. “As tensões nos custos logísticos e nas matérias-primas estão subestimadas”, observa o relatório de abril.

Os bancos centrais encontram-se encurralados. Se as tarifas forem vistas como temporárias, uma redução dos juros ainda é possível. Mas no caso de persistência, o combate à inflação exigirá um aperto monetário, agravando a desaceleração. O FMI agora avalia em 40% o risco de recessão nos Estados Unidos — contra 25% seis meses antes. Um cenário assustador em que estagnação econômica e desemprego avançariam juntos.

Ironia do destino, o dólar — tradicional refúgio em períodos de turbulência — iniciou uma depreciação inédita desde março de 2025. Uma dinâmica contraintuitiva, ligada às dúvidas sobre a competitividade futura da economia americana. “As taxas de câmbio reagem menos a choques comerciais do que às expectativas de crescimento”, analisa Gourinchas. Para as famílias, essa queda no poder de compra se somou a uma erosão da confiança. De fato, o índice de consumo, pilar da economia desde 2020, mostra sinais de cansaço.

A revisão do FMI não se resume a um ajuste estatístico. Ela marca uma mudança de era, onde escolhas políticas unilaterais podem abalar equilíbrios econômicos frágeis. Entre guerras comerciais, inflação persistente e incertezas monetárias, os espaços para manobra se reduzem.

Os próximos meses serão decisivos: os Estados Unidos conseguirão dobrar a curva sem provocar uma aterrissagem brusca? O FMI, em todo caso, aposta na prudência — e lembra, nas entrelinhas, que as decisões de hoje esculpem as crises de amanhã.

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Evans S.

Fasciné par le bitcoin depuis 2017, Evariste n'a cessé de se documenter sur le sujet. Si son premier intérêt s'est porté sur le trading, il essaie désormais activement d’appréhender toutes les avancées centrées sur les cryptomonnaies. En tant que rédacteur, il aspire à fournir en permanence un travail de haute qualité qui reflète l'état du secteur dans son ensemble.

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