O Bitcoin será o grande vencedor da guerra comercial

Enquanto a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China ameaça o equilíbrio mundial, o bitcoin se confirma gradualmente como a próxima moeda de reserva internacional.

Guerra comercial e caos nos mercados

Os Estados Unidos e a China retaliam um ao outro nesta guerra comercial que começou em 2018, quando Donald Trump impôs tarifas sobre 250 bilhões de dólares em produtos chineses. Pequim então respondeu com tarifas sobre 110 bilhões de dólares em bens americanos.

O governo Biden manterá a maior parte das tarifas enquanto negocia um reequilíbrio das trocas comerciais. Mas, apesar de muitos acordos, a China não cumpriu todos os seus compromissos de compras adicionais de produtos americanos.

As tensões recomeçaram em 2023 com a proibição de exportar máquinas para fabricação de semicondutores avançados. O Império do Meio retaliou com restrições sobre exportações de metais raros como o gálio e o germânio, essenciais para a indústria de alta tecnologia.

As tensões comerciais atingiram um novo patamar com tarifas que agora chegam a 125%. Em outras palavras, as trocas comerciais entre os dois gigantes econômicos estão prestes a cessar completamente.

Para colocar as coisas em perspectiva, lembremos que a China exportou 439 bilhões de dólares para os Estados Unidos em 2024. Isso representa 13% do total das exportações chinesas e 16% das importações americanas.

Daí a queda de 19% do S&P 500. O bitcoin está novamente em 82.000 dólares, uma queda de cerca de 24% em relação ao pico de 109.225 $ alcançado em 20 de janeiro de 2025.

Doloroso, dirão alguns, mas isso não é nada comparado a 2018, quando o BTC caiu 77% em reação às turbulências do mercado provocadas pela psicose da Covid (-77%…). Parece que mudamos de época e que quedas monumentais agora pertencem ao passado.

Por fim, observemos que a taxa de 10 anos dos EUA (a Estrela Polar do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent) permanece muito alta (4,2%) enquanto o objetivo principal da política do governo é reduzi-la.

A queda do império

Os americanos puderam viver acima de suas possibilidades enquanto o resto do mundo aceitava financiar sua dívida. Este é o famoso sistema do petrodólar que exige que as nações exportadoras coloquem seus superávits comerciais em títulos do Tesouro dos EUA.

Essa hegemonia monetária permite que eles tomem empréstimos a baixo custo e importem muito mais do que exportam (déficit comercial de 1.100 bilhões $ por ano) sem um colapso da moeda. Mas, no final, nada é realmente gratuito! O reverso da medalha é uma dívida gigantesca. O tio Sam deve quase 8.000 bilhões de dólares ao resto do mundo…

Tudo ia bem enquanto o império podia forçar o mundo inteiro a financiar sua dívida Ponzi, mas todas as coisas boas têm um fim. E quando os BRICS dizem que não querem mais comerciar em dólares, deve-se entender que eles não querem mais financiar o estilo de vida americano.

Mensagem recebida na Casa Branca, onde decidiu-se, portanto, resolver os “déficits gêmeos”. O déficit orçamentário (DOGE) e o déficit comercial (tarifas aduaneiras). A aposta é que a redução dos gastos, a valorização do dólar e a reindustrialização compensarão pelo menos em parte a inflação dos preços de importação.

Temos a impressão de reviver a época Gorbatchev, com a dissolução do império americano como o ponto culminante. E, assim como na URSS, o retorno à realidade não será indolor; Donald Trump não esconde isso. A boa notícia é que essa dieta nos afasta de uma terceira guerra mundial.

Sem surpresa, o banco central da China acabou de ordenar que os bancos reduzam suas compras de títulos do Tesouro dos EUA. Os Estados Unidos estão prontos para comerciar novamente em pé de igualdade, e devemos nos alegrar com isso. Aliás, esse era o objetivo original do padrão ouro (Gold Standard) antes da traição de 1971…

Bitcoin, o Bretton Woods 2.0

A corrida em direção à dívida não pode durar para sempre e é louvável que os Estados Unidos reconheçam isso. Muito bem, agora será necessário pagar esses 8.000 bilhões de dívidas…

De fato, não pagar os 800 bilhões de dólares que os Estados Unidos devem à China provavelmente não resolveria a anexação de Taiwan e suas fábricas TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Company)…

É por isso que Donald Trump está interessado no Bitcoin. Os Estados Unidos estão bem posicionados para saber que o Bitcoin está moldado para se tornar uma moeda de reserva internacional. O CIO da Bitwise, Matt Hougan, não disse outra coisa nesta terça-feira na Bloomberg:

O que se destaca mais claramente em toda essa confusão tarifária é que devemos esperar passar de um mundo onde o dólar é a única moeda de reserva para um mundo onde várias moedas de reserva coexistem, o que beneficiará o bitcoin.

Matt Hougan, CIO da Bitwise, 08 de abril de 2025

Acumular vários milhões de bitcoins antes de todo mundo permitiria que o governo dos EUA gerasse um grande lucro para saldar esses 8.000 bilhões de dólares. Essa é a ousada estratégia do presidente americano e muitas ideias estão sobre a mesa para alcançá-la. Vender ouro ou emitir bitbonds.

É muito encorajador ver que Vladimir Putin também está interessado no bitcoin, ele que é o autor da revolta dos BRICS contra o dólar. Ao deixar os Estados Unidos agirem primeiro, o mundo poderia resolver suas pendências de maneira pacífica.

Tudo isso para dizer que o bitcoin está a caminho de se tornar a próxima moeda de reserva internacional. Nesse sentido, não perca nosso artigo: O argumento chave em favor do Bitcoin.