O Banco Nacional Suíço exclui o Bitcoin de suas reservas
Enquanto as criptomoedas abalam a ordem monetária mundial e impulsionam Estados e bancos centrais a revisarem suas estratégias, a Suíça escolhe o caminho da prudência. O Banco Nacional Suíço (BNS), guardião da estabilidade econômica do país, rejeitou firmemente a ideia de integrar o bitcoin em suas reservas. Essa posição clara surge no momento em que uma iniciativa cidadã tenta forçar a adoção da criptomoeda no mais alto nível institucional.
Em resumo
- O Banco Nacional Suíço (BNS) reafirma sua recusa em incluir o bitcoin entre suas reservas oficiais, apesar do crescimento global das criptomoedas.
- O presidente Martin Schlegel justifica essa rejeição ao citar a alta volatilidade do bitcoin e sua falta de liquidez, incompatíveis com as exigências de estabilidade do BNS.
- Uma iniciativa cidadã liderada por militantes pró-bitcoin busca modificar a Constituição suíça para impor a integração do bitcoin nas reservas nacionais.
- O debate chama a atenção para o futuro das criptomoedas nas estratégias dos bancos centrais e para o equilíbrio entre democracia direta e independência monetária.
Estabilidade acima de tudo: por que o BNS rejeita integrar o bitcoin?
Durante a assembleia geral anual realizada em Berna na sexta-feira, 25 de abril de 2025, Martin Schlegel, presidente do Banco Nacional Suíço (BNS), rejeitou categoricamente a ideia de incluir o bitcoin entre os ativos de reserva.
Ele afirmou diante dos acionistas:
A cripto atualmente não pode cumprir os requisitos para nossas reservas monetárias.
Schlegel enfatizou que os ativos do BNS devem atender a critérios rigorosos, incluindo alta liquidez de mercado e estabilidade de valor, qualidades que o bitcoin não é capaz de garantir no estágio atual de seu desenvolvimento.
Ao aderir a esses critérios, o BNS busca garantir a rápida disponibilidade de seus recursos, essenciais para realizar intervenções no mercado ou apoiar o franco suíço em períodos de volatilidade.
Concretamente, o BNS identifica várias fraquezas que excluem o bitcoin de suas opções de reserva:
- Falta de liquidez suficiente: os volumes de negociação do bitcoin são considerados baixos demais para garantir uma venda rápida sem impacto significativo nos preços;
- Volatilidade extrema: as grandes flutuações do bitcoin não permitem garantir uma preservação confiável do valor das reservas;
- Inadequação estratégica: o BNS precisa dispor de ativos mobilizáveis imediatamente em situação de crise, condição dificilmente atendida pelas criptomoedas.
Ao manter essa linha, o banco central suíço afirma sua prioridade máxima: preservar a estabilidade e a resiliência do sistema financeiro nacional, mesmo diante das novas dinâmicas econômicas globais.
Um referendo pró-bitcoin que abala o status quo institucional
Em contraste com a prudência do BNS, uma iniciativa cidadã busca abalar as bases jurídicas da gestão das reservas nacionais. Impulsionado por Luzius Meisser, empreendedor e fervoroso defensor do bitcoin, um movimento ambiciona forçar o Banco Nacional Suíço a diversificar seus ativos, integrando o bitcoin ao lado do ouro.
Além disso, segundo Meisser, “o bitcoin representa um ativo especial em um mundo multipolar, onde a confiança nas dívidas públicas está desmoronando gradativamente”. Essa iniciativa visa organizar um referendo nacional para modificar a Constituição, dando assim uma dimensão política a esse debate econômico.
O processo legislativo suíço, baseado na democracia direta, permite que os cidadãos proponham tais alterações constitucionais, desde que consigam reunir o número suficiente de assinaturas. Se a iniciativa alcançar esse patamar, uma votação nacional poderia obrigar o BNS a rever seus princípios de gestão de ativos.
Essa perspectiva levanta questões especialmente sobre a capacidade de um banco central de manter sua neutralidade e flexibilidade operacional enquanto responde a exigências populares específicas.
Se a campanha pelo bitcoin conseguisse mobilizar uma parte significativa da população suíça, isso poderia criar um precedente inédito na história dos bancos centrais modernos. No entanto, mesmo em caso de sucesso, o caminho seria longo antes de uma implementação efetiva, devido aos ajustes legais, regulatórios e técnicos necessários. Em um mundo onde a confiança nas moedas tradicionais vacila, o debate em torno do bitcoin nas reservas soberanas poderia marcar uma evolução fundamental do papel dos bancos centrais perante as criptomoedas.
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Diplômé de Sciences Po Toulouse et titulaire d'une certification consultant blockchain délivrée par Alyra, j'ai rejoint l'aventure Cointribune en 2019. Convaincu du potentiel de la blockchain pour transformer de nombreux secteurs de l'économie, j'ai pris l'engagement de sensibiliser et d'informer le grand public sur cet écosystème en constante évolution. Mon objectif est de permettre à chacun de mieux comprendre la blockchain et de saisir les opportunités qu'elle offre. Je m'efforce chaque jour de fournir une analyse objective de l'actualité, de décrypter les tendances du marché, de relayer les dernières innovations technologiques et de mettre en perspective les enjeux économiques et sociétaux de cette révolution en marche.
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