O Banco da França registra uma perda recorde de 17,7 bilhões de euros em 2024!
O Banco da França se vê em 2024 enfrentando uma situação financeira sem precedentes com uma perda operacional de 17,7 bilhões de euros. Essa perda, longe de ser anedótica, destaca fragilidades profundas dentro do sistema financeiro europeu, exacerbadas pela inflação, aumento das taxas de juros e gestão das dívidas públicas.
A fonte da perda colossal
O Banco da França registrou uma perda de 17,7 bilhões de euros em 2024, principalmente devido à gestão de sua carteira de títulos do governo em um contexto de taxas de juros flutuantes. Vários fatores estão na origem dessa perda:
- As compras massivas de títulos de baixo rendimento: no momento da crise sanitária, o BCE tinha comprado títulos do governo a baixo rendimento (cerca de 0,7%), dentro de um quadro de suporte econômico. Isso teve um impacto na rentabilidade dos ativos do Banco da França.
- Uma disparidade entre as taxas de juros dos ativos e dos passivos: quando as taxas de juros aumentaram para conter a inflação, o BCE teve que remunerar os depósitos bancários a taxas muito mais altas (4%), enquanto os títulos comprados no início da crise geravam rendimentos bem inferiores.
- A diminuição dos rendimentos: os rendimentos desses títulos foram insuficientes para compensar os altos custos associados ao aumento das taxas de remuneração dos depósitos bancários, o que provocou um desiquilíbrio nas contas do Banco da França.
- As perdas não compensadas: embora o Banco tenha compensado parcialmente essa perda com suas reservas, uma quantia líquida de 7,7 bilhões de euros permanece não recuperada, o que afetou as finanças do Estado francês.
Esses elementos explicam a natureza e a magnitude da perda sofrida pelo Banco da França. Além disso, eles iluminam ainda mais as fragilidades do sistema monetário europeu diante de um contexto econômico em movimento.
As implicações para o Estado e as perspectivas
Além dessas perdas diretas, a situação provoca preocupações maiores quanto às finanças públicas francesas.
A perda líquida de 7,7 bilhões de euros em 2024 impede o Banco da França de pagar dividendos ao Estado, o que assim reduziu os recursos que o Estado possui para seus gastos.
Essa perda, embora atenuada pelas reservas acumuladas, mostra uma tendência crítica que começou em 2023 com um déficit de 12,4 bilhões de euros.
O fato de essas perdas se agravarem de um ano para outro leva a refletir sobre a permanência desse modelo assim como sobre a capacidade do Banco da França de manter uma gestão dessa natureza em um contexto econômico tão volátil.
No entanto, as autoridades financeiras preveem uma redução das perdas em 2025, o que sugere que a situação pode se estabilizar se as condições econômicas melhorarem. Mas isso dependerá em grande parte da evolução das taxas de juros e da inflação, assim como da resposta do BCE para evitar um colapso dos bancos centrais nacionais.
A longo prazo, uma perda recorrente como essa pode forçar o Estado a revisar suas prioridades econômicas, ou até mesmo levar a ajustes em sua política orçamentária.
Essa perda revela as fragilidades do sistema econômico europeu e suscita questões sobre a sustentabilidade da política monetária atual. A incerteza que persiste quanto à evolução das taxas de juros e o impacto dessas escolhas sobre as finanças públicas impõe uma reflexão séria sobre o futuro do Estado de bem-estar e a gestão das finanças públicas na França.
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Diplômé de Sciences Po Toulouse et titulaire d'une certification consultant blockchain délivrée par Alyra, j'ai rejoint l'aventure Cointribune en 2019. Convaincu du potentiel de la blockchain pour transformer de nombreux secteurs de l'économie, j'ai pris l'engagement de sensibiliser et d'informer le grand public sur cet écosystème en constante évolution. Mon objectif est de permettre à chacun de mieux comprendre la blockchain et de saisir les opportunités qu'elle offre. Je m'efforce chaque jour de fournir une analyse objective de l'actualité, de décrypter les tendances du marché, de relayer les dernières innovations technologiques et de mettre en perspective les enjeux économiques et sociétaux de cette révolution en marche.
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