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Uma especialista em lavagem de dinheiro crypto ligada ao narcotráfico será liberada em breve

16h15 ▪ 4 min de leitura ▪ por Evans S.
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O caso Ekaterina Djanova se assemelha a um thriller financeiro onde cripto, crime organizado e falhas judiciais se entrelaçam. Enquanto essa mulher de 38 anos, apelidada de “a banqueira das sombras”, está presa há dois anos, um desdobramento jurídico pode libertá-la. Por trás dessa possível fuga legal estão questões importantes: como o sistema cripto facilita a lavagem de dinheiro em larga escala? E até onde vai a impunidade digital? 

Ilustração de uma mulher vestida de prisão laranja, com um pendrive com criptografia pendurado no pescoço, escapando de uma cela iluminada em laranja sob o olhar de guardas sombrios.

En bref

Darkbank: o império subterrâneo da lavagem cripto 

Ekaterina Djanova não é uma cibercriminosa comum. Sua rede, chamada Darkbank, funcionava como uma start-up do crime. Na Darknet, a plataforma oferecia serviços prontos: conversão de criptomoedas em dinheiro anônimo, fragmentação de transações, limpeza de rastros na blockchain. Uma inovação macabra, baseada nos padrões das fintechs legais, mas dedicada aos traficantes de drogas europeus.

Os investigadores identificaram 68 pontos de coleta na França, principalmente na Île-de-France. Esses pontos físicos, muitas vezes comércios de fachada, serviam para materializar o dinheiro virtual.

Para 3,2 milhões de euros lavados, a Darkbank cobrava taxas de 15 a 30% – um modelo de negócio tão lucrativo quanto arriscado. “É a Uberização da lavagem de dinheiro”, ironiza um promotor sob anonimato.

No entanto, apesar da quantidade de provas, o processo judicial vacila. A defesa de Djanova explora uma falha processual: a ausência da formalização de um ato específico de investigação. Um detalhe técnico, mas suficiente para que a Corte de Cassação examine sua libertação. A justiça francesa, acostumada a processos tradicionais, parece superada pela fluidez dos crimes cripto.

Libertação sob condições: um precedente perigoso para a luta contra a lavagem de dinheiro?  

Se Ekaterina Djanova recuperar a liberdade, não será por sua suposta inocência, mas por uma batalha jurídica meticulosa. Seus advogados conseguiram o adiamento do seu pedido de liberdade provisória perante a câmara de instrução de Paris, alegando irregularidades no processo. Uma estratégia ousada, que revela os limites do direito penal diante da tecnicidade dos crimes digitais.

As consequências podem ser graves. Djanova, descrita como uma influenciadora do crime pela Interpol, possui uma rede internacional de contatos. Sua libertação poderia paralisar a investigação, já fragilizada pela criptografia das comunicações e opacidade das blockchains. “Ela conhece os algoritmos melhor que nossos especialistas em informática”, admite um investigador.

Pior ainda, esse cenário criaria um precedente. Organizações criminosas poderiam se inspirar nessa falha para escapar das investigações. A mensagem seria clara: com recursos suficientes e know-how em cripto, até as redes mais sofisticadas podem explorar as falhas do sistema.

A cripto, uma arma de dois gumes

O caso Djanova ilustra o grande contraste entre inovação tecnológica e o arcabouço jurídico. As criptomoedas, criadas para escapar dos controles, continuam sendo um campo ideal para o crime organizado. Enquanto isso, as autoridades navegam no escuro entre adaptações legais e uma corrida contra o relógio técnico.

Se Ekaterina Djanova sair da prisão, não será uma vitória da justiça, mas uma confissão de impotência temporária. Sua história lembra principalmente uma evidência: na sombra do bitcoin, está travando-se uma guerra invisível. Uma guerra onde cada avanço regulatório é contrabalançado por um novo protocolo de dissimulação. E enquanto esse equilíbrio precário existir, os Darkbank continuarão a prosperar.

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Evans S.

Fasciné par le bitcoin depuis 2017, Evariste n'a cessé de se documenter sur le sujet. Si son premier intérêt s'est porté sur le trading, il essaie désormais activement d’appréhender toutes les avancées centrées sur les cryptomonnaies. En tant que rédacteur, il aspire à fournir en permanence un travail de haute qualité qui reflète l'état du secteur dans son ensemble.

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