Ethereum perde terreno para o Bitcoin na batalha dos ETFs

Frequentemente ouvimos que os entusiastas do Ethereum preferem seus ETFs aos rastreadores tradicionais de Bitcoin. Mais flexíveis, mais promissores na DeFi, mais “tecnológicos”, diziam. Mas essas boas ideias estão desmoronando. Porque enquanto os fundos de Bitcoin recuperam força, os ligados ao Ether ficam estagnados. E isso não é apenas uma pausa para o café.

Quando o Bitcoin faz o show, o Ethereum fica nos bastidores

Em 17 de abril, os ETFs de Bitcoin ofereceram um belo espetáculo aos mercados. Em um dia, eles registraram 107 milhões de dólares em entradas líquidas. BlackRock e Fidelity, como de costume, lideram a dança com respectivamente 81 e 25,9 milhões de dólares em novos capitais. Uma verdadeira fonte de rejuvenescimento para um produto que, no dia anterior, apresentava 171 milhões de dólares em saídas.

Por outro lado, os ETFs de Ethereum não se moveram. Nem uma entrada, nem uma saída. Nada. Uma apatia total que contrasta com a dinâmica dos seus primos BTC. Farside Investors e SoSoValue confirmam:

Os ETFs de Ethereum mostraram um raro dia de neutralidade.

Na semana anterior, esses mesmos fundos tinham registrado 32 milhões de dólares em perdas líquidas. No mês, isso sobe para 171 milhões de dólares. Mesmo os mais pacientes começam a levantar uma sobrancelha. Ou as duas.

Ethereum: uma curva de preço que flerta com a resignação

No gráfico, a situação não é mais tranquilizadora. O cripto ETH está preso entre duas zonas de resistência: 1.540 e 1.630 dólares. Preso como uma fatia de bacon entre duas torradas. O RSI, por sua vez, estagna próximo à zona de sobrevenda. As tentativas de alta? Rejeitadas tão rápido quanto um spam mal direcionado.

Como destaca @ali_charts no X:

O Ethereum $ETH está atualmente negociando entre duas grandes zonas de fornecimento: 1.540 $ e 1.630 $. Uma ruptura em qualquer uma dessas regiões pode definir o próximo movimento.

Mas, por enquanto, o campo dos ursos parece ter montado acampamento para ficar por muito tempo.

O ETH está operando abaixo das médias móveis de 50, 100 e 200 dias. Os volumes caem, os compradores não se aproximam. Até os caçadores de pechinchas evitam a seção.

A sombra do Bitcoin paira sobre os ETFs de Ethereum

Os institucionais não querem assumir mais riscos. Quando o mar está agitado, preferem o navio âncora: o bitcoin. Não é por falta de tentativa: os ETFs de Ethereum haviam atraído mais de 3 bilhões de dólares no final de 2024. Mas a queda abaixo dos 2.000 dólares em março mudou tudo. Desde então, os resgates se sucedem. E os gestores fecham as torneiras.

A realidade é dura: o bitcoin concentra as esperanças. IBIT da BlackRock, por exemplo, agora exibe 48,6 bilhões de dólares em ativos sob gestão. Isso representa quase 3% da capitalização do BTC. Enquanto isso, os produtos ligados ao Ether permanecem na indiferença.

As razões são múltiplas: uma narrativa menos inspiradora, um rendimento em queda na DeFi e nenhuma notícia entusiasmante do lado dos reguladores. Na ausência de um catalisador, os fundos permanecem aquecidos. E a comparação com o Bitcoin torna-se pesada.

Certamente, os ETFs de Ethereum estão mal vistos. Mas as oscilações fazem parte do DNA desses produtos financeiros. Na semana passada mesmo, os ETFs spot de Bitcoin perderam 713 milhões de dólares. Prova de que tudo pode mudar muito rápido. Resta saber se o Ethereum sairá de seu torpor com um despertar abrupto… ou um bocejo prolongado.