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BRICS : A Rússia atinge um marco histórico... mais da metade de suas importações pagos em rublos

19h15 ▪ 5 min de leitura ▪ por Luc Jose A.
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A Rússia, membro influente do bloco dos BRICS, acaba de ultrapassar um marco monetário histórico: em fevereiro, mais da metade de suas importações foram pagas em rublos. Esse avanço estratégico, confirmado pelo Banco Central, integra-se a uma ruptura clara com o sistema dominado pelo dólar. Enquanto as tensões com o Ocidente se intensificam, Moscou redireciona suas trocas para parceiros considerados “amigáveis”, o que redefine os equilíbrios financeiros mundiais e acelera sua trajetória rumo a uma autonomia econômica reforçada.

A Rússia, membro do BRICS, em seu papel de negociador estratégico, dominando com confiança seu porto industrial. A troca de rublos é destacada com poder e simbolismo.

Em resumo

  • A Rússia ultrapassa um marco simbólico com 53,5% de suas importações agora pagas em rublos.
  • Esse progresso integra-se a uma estratégia de desdolarização frente às sanções ocidentais.
  • Os pagamentos em rublos envolvem especialmente a Ásia (49,6%) e a América Latina (45,8%).
  • As moedas ocidentais representam agora apenas 17,2% dos pagamentos de importação.

A mudança monetária nas importações russas

Em fevereiro de 2025, o Banco Central da Rússia informou que 53,5% das importações russas foram pagas em rublos, o que representa uma virada importante na estratégia econômica do país. Esse número é superior ao de dezembro de 2024, quando era de 50,8%.

Essa evolução faz parte de um processo de redução voluntária da dependência das moedas ocidentais, descrito nos seguintes termos pelo Banco Central:

A participação dos pagamentos nas moedas de países hostis continua a diminuir.

O dólar americano e o euro, agora relegados ao segundo plano, representam apenas 17,2% dos pagamentos de importações.

Assim, as estatísticas publicadas permitem identificar as regiões mais envolvidas nessa transição, com uma distribuição significativa dos pagamentos em rublos conforme a origem geográfica das mercadorias importadas:

  • 49,6% das importações provenientes da Ásia foram pagas em rublos, o que indica um fortalecimento dos laços econômicos com essa região;
  • 45,8% das importações da América Latina seguiram a mesma lógica, confirmando a ampliação das parcerias comerciais;
  • As moedas ditas “hostis” (USD e EUR), outrora dominantes, continuam a declinar nos fluxos comerciais russos.

Essa reorganização monetária não é apenas contábil. Ela responde a uma vontade estratégica de contornar os riscos sistêmicos ligados às sanções, se proteger contra a volatilidade das taxas de câmbio e fortalecer o controle soberano sobre os circuitos de pagamento internacionais.

Rumo à uma desocidentalização das trocas comerciais russas

Além dos números, essa transição traduz uma estratégia pensada para neutralizar os efeitos das restrições impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia. Ao adotar massivamente o rublo como moeda de pagamento para suas importações, Moscou busca consolidar sua soberania econômica.

Segundo o Banco Central russo, essa decisão “reduz as perdas de conversão e melhora a estabilidade das transações”, minimizando ainda os riscos ligados a eventuais sanções adicionais. Essa orientação também favorece o uso de sistemas de pagamento alternativos ao SWIFT, especialmente para as trocas com parceiros da Ásia, do Oriente Médio ou da América Latina, alguns dos quais são membros da aliança dos BRICS.

A ascensão do rublo nos pagamentos comerciais também reflete uma mudança de paradigma nas alianças econômicas da Rússia. Enquanto as moedas ocidentais recuam, as moedas dos países ditos “amigáveis” ganham terreno.

Não se trata mais apenas de uma reação defensiva frente às sanções, mas de um reposicionamento global na ordem econômica internacional. Além disso, essa política pode fortalecer a cooperação com blocos como os BRICS, onde a questão da desdolarização já é tema de discussões avançadas.

Esses desenvolvimentos podem redefinir algumas dinâmicas globais no médio prazo. Se outros Estados adotarem uma postura similar ou incentivarem o comércio em moedas locais, o lugar do dólar como moeda de referência poderá gradualmente diminuir em certos segmentos do comércio internacional. A trajetória russa, embora motivada por circunstâncias específicas, oferece um exemplo concreto das alternativas em construção em um mundo multipolar onde os fluxos econômicos tendem a se regionalizar mais.

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Luc Jose A.

Diplômé de Sciences Po Toulouse et titulaire d'une certification consultant blockchain délivrée par Alyra, j'ai rejoint l'aventure Cointribune en 2019. Convaincu du potentiel de la blockchain pour transformer de nombreux secteurs de l'économie, j'ai pris l'engagement de sensibiliser et d'informer le grand public sur cet écosystème en constante évolution. Mon objectif est de permettre à chacun de mieux comprendre la blockchain et de saisir les opportunités qu'elle offre. Je m'efforce chaque jour de fournir une analyse objective de l'actualité, de décrypter les tendances du marché, de relayer les dernières innovations technologiques et de mettre en perspective les enjeux économiques et sociétaux de cette révolution en marche.

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