Bitcoin em alta histórica sob risco técnico
O bitcoin roça os picos, mas um espectro paira sobre sua trajetória. Enquanto o ativo testa os 86.000 dólares, um indicador técnico temido permanece congelado: o “death cross“. Esse cruzamento das médias móveis, frequentemente associado a reversões de baixa, sobrevive ao atual surto de alta. Por que um sinal assim persiste? Seria uma simples anomalia ou um aviso sério? À medida que as posições se acumulam, os traders oscilam entre confiança e cautela, divididos por um mercado em plena dissonância.
Um cruzamento mortal no coração da dinâmica de alta
No dia 6 de abril, o gráfico diário do bitcoin registrou um cruzamento de baixa bem conhecido pelos analistas técnicos: a média móvel de 50 dias passou abaixo da média móvel de 200 dias, formando o que se chama de “death cross“.
Esse sinal, temido na análise técnica, surgiu exatamente quando o bitcoin ultrapassou os 86.000 dólares em 15 de abril de 2025, antes de sofrer uma correção alguns minutos depois e voltar para abaixo de 84.000 dólares.
Desde sua criação, o ativo passou por dez episódios semelhantes, sendo que o décimo primeiro está em curso. No entanto, os dados históricos mostram que :
- Todos os mercados de baixa do bitcoin foram precedidos por um “death cross” ;
- Nem todos os “death cross” resultaram em mercado de baixa ;
- O sinal às vezes aparece no final da correção, e não no início.
Essa ambivalência leva os analistas a não tirarem conclusões precipitadas.
Alguns observadores, como Ki Young Ju, CEO da CryptoQuant, pedem, no entanto, cautela. Segundo ele, surge uma divergência preocupante entre a capitalização de mercado do bitcoin e sua capitalização realizada, indicando uma possível sobrevalorização.
Ele declara em uma publicação de 5 de abril na rede social X (ex-Twitter) que “esse padrão já precedeu várias correções importantes” e acredita que o mercado pode entrar em uma fase de consolidação durante “seis a doze meses“. Essa interpretação reforça a prudência de parte do mercado, especialmente daqueles que baseiam suas análises nos ciclos históricos do ativo.
O death cross : um sinal superestimado ou um catalisador de rally?
Outras vozes, por outro lado, contestam a interpretação alarmista do “death cross“. Mister Crypto, uma figura seguida na comunidade, chega a qualificar o evento na plataforma X em 29 de março como “a armadilha mais odiada de 2025“.
Para esse analista, esse cruzamento poderia, na verdade, preceder um novo avanço de alta, enganando os investidores mais cautelosos, o que geraria uma oportunidade de compra subestimada. Essa leitura contrasta fortemente com a cautela expressa por outros especialistas, mas se baseia em precedentes onde configurações similares foram seguidas por recuperações notáveis do mercado.
James Butterfill, chefe de pesquisa da CoinShares, adota uma abordagem estatística para relativizar a importância do “death cross“. Segundo seus dados, o preço do bitcoin está em média 3,2 % mais baixo um mês após tal sinal, mas frequentemente está em alta três meses depois.
Ele explica então que “em muitos casos, o death cross é uma oportunidade de compra e não um sinal de venda“. Essa análise convida a considerar o cruzamento técnico como um fator dentre outros, longe de constituir uma profecia autorrealizável.
A interpretação desse sinal se insere em um contexto mais amplo. Outros índices importantes como o Nasdaq 100 ou o S&P 500 também estão próximos de formar um “death cross“, o que sugere uma tendência possivelmente mais global nos mercados financeiros. Embora o bitcoin permaneça fortemente influenciado por suas próprias dinâmicas internas, ele não é imune aos ventos macroeconômicos. Para os investidores, a chave talvez resida em uma leitura equilibrada desses sinais técnicos, combinada com uma gestão rigorosa de riscos e monitoramento constante da evolução dos fundamentos do mercado.
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Diplômé de Sciences Po Toulouse et titulaire d'une certification consultant blockchain délivrée par Alyra, j'ai rejoint l'aventure Cointribune en 2019. Convaincu du potentiel de la blockchain pour transformer de nombreux secteurs de l'économie, j'ai pris l'engagement de sensibiliser et d'informer le grand public sur cet écosystème en constante évolution. Mon objectif est de permettre à chacun de mieux comprendre la blockchain et de saisir les opportunités qu'elle offre. Je m'efforce chaque jour de fournir une analyse objective de l'actualité, de décrypter les tendances du marché, de relayer les dernières innovations technologiques et de mettre en perspective les enjeux économiques et sociétaux de cette révolution en marche.
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