A Solana vai sacrificar 57% de seus validadores para sobreviver?
A Fundação Solana adota uma nova política que eliminará progressivamente validadores com baixa participação externa. Esta iniciativa visa fortalecer a descentralização da rede ao mesmo tempo em que responde a preocupações relacionadas à dependência dos validadores do suporte da fundação.
Em resumo
- Para cada novo validador adicionado, três validadores de longo prazo com baixo stake externo serão removidos.
- Pesquisas mostram que 57% dos validadores Solana poderiam falhar sem a delegação da fundação.
- Uma autonomia aumentada dos validadores fortalece o coeficiente Nakamoto da rede.
Uma nova abordagem para fortalecer a autonomia da rede Solana
A Fundação Solana anunciou uma transformação importante em sua política de delegação. Ben Hawkins, chefe do ecossistema de staking na Fundação, revelou no Discord que um sistema de eliminação seletiva será implementado.
Para cada novo validador que ingressar no programa de delegação (SFDP), três validadores serão excluídos caso atendam a duas condições:
- ser elegível para delegação por pelo menos 18 meses;
- ter atraído menos de 1.000 SOL em stake externo.
Essa decisão estratégica ocorre enquanto a participação do stake delegado pela Fundação diminui gradualmente desde 2022. O objetivo é claro: incentivar os validadores a desenvolver sua própria base de participantes em vez de depender exclusivamente do apoio institucional.
A nova política também responde às críticas feitas por Kydo, responsável por projetos especiais da EigenLayer.
Ele levantou preocupações em relação à transparência da rede, afirmando que a maioria dos validadores Solana “existem apenas porque a Fundação Solana os criou” e que eles “recebem de 90 a 100%” de seus fundos de staking da Fundação.
Desafios a superar para uma descentralização sustentável
Um estudo publicado pela Helius em agosto de 2024 destaca a magnitude do desafio: se o programa de delegação fosse interrompido abruptamente, 57% dos validadores Solana se tornariam não rentáveis. Esses operadores não conseguiriam mais cobrir suas despesas operacionais, principalmente os custos de votação na rede.
Max Resnick, economista-chefe da Anza, defende essa abordagem com pragmatismo:
Muitos validadores hoje independentes começaram graças ao programa SFDP. Focar apenas no número total de validadores é enganoso – validadores com baixa participação prejudicam até mesmo o desempenho da rede.
Esta evolução faz parte de um plano maior para a Solana. Outras mudanças importantes estão em andamento, incluindo a proposta MESA da Galaxy Research para ajustar a inflação do SOL. Paralelamente, o mercado aguarda ansiosamente os ETFs Solana previstos para junho de 2025.
A crescente autonomia dos validadores melhora diretamente o coeficiente Nakamoto da Solana, um indicador crucial que mede a descentralização efetiva da rede. Quanto mais alto esse coeficiente, melhor a blockchain resiste aos riscos de centralização, reforçando assim sua segurança e credibilidade perante investidores institucionais.
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