A Rússia está prestes a dizer adeus ao USDT com seu próprio Stablecoin

O Ministério das Finanças russo está explorando a possibilidade de desenvolver seu próprio stablecoin. Isso ocorre após as recentes sanções dos EUA e as ações da Tether, que bloquearam carteiras ligadas à exchange Garantex. Uma iniciativa que visa principalmente evitar riscos de dependência relacionados a stablecoins estrangeiros, como o USDT.

A Rússia explora o desenvolvimento de um stablecoin nacional

Em 6 de março, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em colaboração com as autoridades alemãs e finlandesas, congelou domínios associados à Garantex, acusada de movimentar mais de 96 bilhões de dólares em fundos criminosos desde 2019. Tether também congelou 27 milhões de dólares de seu stablecoin, forçando a Garantex a suspender todas as suas operações, incluindo os saques.

Para isso, o Ministro das Finanças russo, Osman Kabaloev, revelou que está considerando criar um stablecoin nacional lastreado em outras moedas, a fim de romper a dependência dos stablecoins estrangeiros, especialmente o Tether (USDT). A necessidade de desenvolver instrumentos financeiros internos tornou-se, portanto, uma prioridade.

Além disso, ele destacou que nenhuma restrição foi imposta ao uso de stablecoins no âmbito de um regime jurídico experimental. Esses eventos recentes evidenciaram riscos potenciais para a Rússia, particularmente no que diz respeito a sanções e controle externo.

Entre oportunidades e ameaças

Paralelamente à Rússia, o ministro da Economia da Itália, Giancarlo Giorgetti, alertou que os stablecoins, especialmente aqueles lastreados no dólar, representam uma ameaça muito maior para a Europa do que as políticas comerciais de Donald Trump. Segundo ele, o crescimento dos stablecoins poderia perturbar a estabilidade financeira europeia enfraquecendo a posição do euro nas transações transfronteiriças. Daí a necessidade de fortalecer o projeto do Euro digital para contrariar essa dinâmica.

Os stablecoins oferecem vantagens óbvias, incluindo transações rápidas e menos custosas, mas sua adoção levanta questões. Enquanto alguns investidores e plataformas os utilizam para facilitar pagamentos, governos e reguladores estão cada vez mais vigilantes, preocupados com seu potencial para desestabilizar financeiramente.

A Rússia busca, portanto, se proteger das sanções internacionais desenvolvendo seu próprio stablecoin. Enquanto a Europa redobra esforços para conter a influência crescente dos stablecoins americanos, que poderiam atingir 2000 bilhões de dólares até 2028. Nesse contexto, o futuro dessas criptomoedas parece incerto, preso entre oportunidades econômicas e preocupações geopolíticas.