O FMI proíbe a acumulação de Bitcoin em El Salvador

No dia 3 de março de 2025, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou uma linha de crédito ampliada de 1,4 bilhão de dólares em favor de El Salvador, visando apoiar o programa de reformas econômicas do país. Esta decisão vem após negociações nas quais El Salvador aceitou modificar sua política de bitcoin para atender às preocupações do FMI. No entanto, o FMI proíbe a acumulação de bitcoin e várias outras medidas.

O FMI exige a cabeça do bitcoin para ajudar El Salvador

Em 2021, sob a liderança do presidente Nayib Bukele, El Salvador se tornou o primeiro país a adotar o bitcoin como moeda legal. No entanto, esta iniciativa levantou preocupações entre instituições financeiras internacionais, incluindo o FMI, sobre os potenciais riscos para a estabilidade financeira e a proteção dos consumidores.

Para satisfazer as exigências do FMI, El Salvador modificou sua lei sobre o BTC em janeiro de 2025, como parte de um acordo de financiamento de 1,4 bilhões de dólares. E para levar ainda mais longe, o FMI recentemente acrescentou novas restrições ao país de Nayib Bukele. Entre outras medidas:

• Voluntariedade na aceitação do bitcoin: As empresas não serão mais obrigadas a aceitar o bitcoin como meio de pagamento. Essa medida visa respeitar a escolha dos comerciantes e mitigar as preocupações relacionadas à volatilidade das criptomoedas.

• Redução do bitcoin no setor público: O governo se compromete a limitar a acumulação voluntária de bitcoin pelo setor público e a restringir a emissão de dívidas ou instrumentos indexados no BTC. Esta decisão visa minimizar a exposição do Estado às flutuações do mercado de criptomoedas.

• Regulação das carteiras eletrônicas públicas: A carteira oficial do governo, Chivo, será ou vendida ou abandonada. Esta medida reflete uma vontade de reorientar os recursos públicos e permitir que o setor privado inove no campo dos serviços financeiros relacionados às criptomoedas.

Uma estratégia bem pensada?

O acordo com o FMI é visto como um passo crucial para reforçar a confiança dos investidores e garantir a estabilidade econômica do país. Além disso, esta linha de crédito ampliada pode abrir portas para financiamentos adicionais de outras instituições, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Apesar desses ajustes, o bitcoin mantém seu status de moeda legal em El Salvador, e o governo continua a acreditar no potencial das criptomoedas. No entanto, em resposta às preocupações do FMI, o país agora adota uma abordagem mais cautelosa e equilibrada, buscando tirar proveito das vantagens do BTC enquanto mitiga os riscos associados.

O acordo entre El Salvador e o FMI ilustra, portanto, os desafios enfrentados pelos países que buscam integrar o bitcoin ou as criptomoedas em geral em seu sistema financeiro nacional. Resta saber se El Salvador aplicará essas novas cláusulas ou se o país desafiará o FMI como fez em dezembro de 2024, comprando 1 milhão de euros em BTC.