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A China poderia privilegiar o ouro e as criptomoedas, segundo um dirigente da BlackRock

Sat 26 Apr 2025 ▪ 4 min de leitura ▪ por Luc Jose A.
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O reinado incontestável do dólar nas reservas globais está vacilando. Diante das tensões geopolíticas e das sanções econômicas, potências como a China estão reavaliando a segurança de seus ativos soberanos. Uma dinâmica de ruptura se inicia, impulsionada por uma busca de independência financeira e o desejo de escapar das alavancas de influência ocidentais. Esse realinhamento estratégico pode remodelar permanentemente o equilíbrio monetário global e abrir uma nova era para ativos alternativos como o ouro… e o bitcoin.

Um empresário estiloso da China com um rosto sério.

Em resumo

  • A China está repensando suas reservas soberanas, reduzindo sua exposição a títulos do Tesouro dos EUA para privilegiar ativos de refúgio.
  • O ouro volta a ser um pilar estratégico diante da instabilidade geopolítica, com uma alta recorde nas compras pelos bancos centrais.
  • O bitcoin se firma progressivamente como um ativo de refúgio, se desvinculando dos mercados tradicionais de ações.
  • As tensões internacionais aceleram a adoção de ativos alternativos, abrindo caminho para uma profunda redefinição da ordem financeira mundial.

Pequim abandona os “Treasuries” em favor de valores de refúgio

Jay Jacobs, responsável pelos produtos negociados em bolsa na BlackRock, declarou em uma entrevista à CNBC que “a fragmentação geopolítica é uma mega força que redefine os mercados mundiais para as próximas décadas”.

Essa dinâmica, exacerbada pelo congelamento de 300 bilhões de dólares em ativos russos no exterior, convenceu vários bancos centrais, incluindo o da China, a reduzir sua exposição aos títulos do Tesouro americano. Nos últimos três a quatro anos, ocorre um movimento de diversificação estratégica que visa assegurar as reservas soberanas fora de qualquer influência direta ocidental.

Esse reposicionamento se traduz concretamente em:

  • Um aumento significativo nas compras de ouro pelos bancos centrais;
  • A redução progressiva das detenções de “Treasuries” nas carteiras oficiais;
  • Uma exploração ampliada de ativos alternativos, começando pelo bitcoin.

Jay Jacobs esclarece:

Essas decisões visam consolidar uma independência financeira em um contexto de incerteza prolongada.

As autoridades chinesas privilegiam assim ativos tangíveis ou descentralizados, vistos como mais resistentes às incertezas políticas e às medidas de congelamento de ativos.

Bitcoin: o novo ativo estratégico diante da instabilidade mundial

Além do ouro, outra classe de ativos ganha importância: o bitcoin. Segundo Jay Jacobs, o bitcoin começa a “se desvincular dos ativos de risco” e adota agora uma dinâmica comparável à do ouro.

Essa transformação do ativo, há muito associado à especulação, reflete um reconhecimento institucional de seu valor de refúgio, especialmente em ambientes econômicos fragmentados.

Outros players confirmam essa evolução. Alex Svanevik, CEO da Nansen, destaca na rede social X (ex Twitter), em 21 de abril de 2025, que o bitcoin está se tornando “menos Nasdaq, mais ouro”.

Ele ressalta sua relativa imunidade às flutuações dos mercados tradicionais de ações. A QCP Capital também indica que o bitcoin se beneficia da “fragmentação geopolítica”, captando fluxos de investimento que buscam alternativas desconectadas do sistema americano. Essa reconfiguração abre caminho para um papel estratégico inédito do bitcoin nas carteiras soberanas.

À medida que a fragmentação econômica internacional se aprofunda, o apelo do bitcoin pode se consolidar de forma duradoura. Se Pequim e outros atores importantes concretizarem essa transição, o bitcoin poderá passar do status de ativo especulativo para o de pilar das reservas estatais. Essa evolução redesenharia o equilíbrio monetário global e consolidaria a inserção das criptomoedas no centro da finança institucional.

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Luc Jose A.

Diplômé de Sciences Po Toulouse et titulaire d'une certification consultant blockchain délivrée par Alyra, j'ai rejoint l'aventure Cointribune en 2019. Convaincu du potentiel de la blockchain pour transformer de nombreux secteurs de l'économie, j'ai pris l'engagement de sensibiliser et d'informer le grand public sur cet écosystème en constante évolution. Mon objectif est de permettre à chacun de mieux comprendre la blockchain et de saisir les opportunités qu'elle offre. Je m'efforce chaque jour de fournir une analyse objective de l'actualité, de décrypter les tendances du marché, de relayer les dernières innovations technologiques et de mettre en perspective les enjeux économiques et sociétaux de cette révolution en marche.

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